terça-feira, 19 de junho de 2018  07:48

Como o formato da aposentadoria está mudando em escala global




Antigamente, os trabalhadores se aposentavam por volta dos 65 anos e passavam a viver da aposentadoria, de suas economias e da ajuda da família. Mas agora que as pessoas têm mais saúde e estão vivendo mais, aposentar-se aos 60 e poucos já não parece tão atraente. Muitas pessoas planejam trabalhar bem para além dos 60 e dos 70, não porque simplesmente desejam fazê-lo, mas sobretudo devido à necessidade financeira. 

O recente estudo da Mercer Saudável, Próspero e Produtivo no Trabalho: The New Imperatives for Financial Security, examinou as forças que afetam a segurança financeira e as convicções em torno da aposentadoria. A pequisa incluiu 7 mil adultos de 12 países, em seis diferentes faixas etárias, e também 600 executivos seniores dos setores público e privado. Mais de dois terços (68%) dos entrevistados pelo estudo disseram que pretendem continuar trabalhando após a idade tradicional de aposentadoria.

Atualmente, a forma como as pessoas trabalham e se “aposentam” mudou radicalmente. Empregadores e trabalhadores precisam se adaptar. Isso vale especialmente para mercados em crescimento, como a Ásia e a América Latina, que estão se expandindo rapidamente e cuja classe média crescente está otimista quanto ao futuro. No entanto, as pessoas precisam das ferramentas certas para se certificar de que poderão manter sua recém-adquirida e melhorada qualidade de vida à medida que envelhecem.

Urbanização

À medida que essas populações mais velhas se deparam com economias urbanizadas, essas preocupações também exercerão impacto sobre as várias gerações de trabalhadores e estruturas familiares. Na China, por exemplo, onde as gerações mais jovens tradicionalmente sustentam as mais velhas, e onde se espera que 60% da população nacional esteja vivendo em centros urbanos em 2030, a urbanização deverá influir na configuração dos tecidos físico e cultural desse próspero país. Atualmente, as famílias chinesas enfrentam preços drasticamente mais altos de moradia, transporte e alimentação, sem mencionar a mobilidade cada vez mais limitada da força de trabalho.

A América Latina também é uma das regiões mais urbanizadas do mundo, com percentual de urbanização de 80% (comparado a 74% da União Europeia e 50% do Leste Asiático e da região do Pacífico). Em 2050, a UN-Habitat prevê que as cidades da América Latina abrigarão 90% da população da região. Como a China, a América Latina tem uma cultura tradicional muito baseada na família e, portanto, a urbanização poderia exercer pressão sobre a estrutura familiar e a mobilidade da força de trabalho[1].


Hora de aposentar a aposentadoria

Hoje em dia, as pessoas ao redor do mundo esperam viver aposentadas por 15 a 20 anos, em média. Sem um melhor planejamento, muitas terão que optar por sobreviver ao fim de suas economias ou reduzir sua expectativa de qualidade de vida. Essas realidades se tornarão mais agudas em várias economias em crescimento, nas quais os benefícios de aposentadoria estão ameaçados pela insustentabilidade. A proporção entre o número de pessoas ativas e aposentadas deverá cair drasticamente nos próximos 20 anos, com a proporção global atual de 1:8 chegando a 1:4 em 2050.[2]

[1] Fonte: UN Habitat, 2012

[2] Dados populacionais das Nações Unidas, 2017

Autor: Renee McGowan

Fonte: Mercer