terça-feira, 19 de junho de 2018 07:52
Como sempre enfatizamos, o Segmento de Renda Fixa representa a principal parcela de alocação do nosso Fundo (cerca de 89% do Patrimônio Total aplicado). E neste mês de abril/18, enquanto que o CDI rendeu 0,52%, nossos Fundos Exclusivos Diamond e Nova York renderam, respectivamente, 0,33% e 0,34%. Isso se deve ao comportamento dos Títulos Públicos indexados de longo prazo, que ocupam aproximadamente 20% das nossas aplicações de Renda Fixa, cujos retornos foram negativos no mês. O mercado mostrou-se bastante volátil, como reflexo das preocupações com os rumos da economia nos EUA e também devido às incertezas políticas no Brasil. Os Fundos Multimercado também não performaram bem, já que apresentaram rendimento negativo. Já o Fundo de Ações continua mostrando consistência, com um resultado de 2,66%. Assim, o resultado global da Bungeprev é de 0,28%. No acumulado de quatro meses continuamos com um ótimo resultado: de 3,13% ou 148% do CDI
Como já vínhamos prevendo, 2018 não será um ano tranquilo para obtermos resultados consistentes e sem sobressaltos. Foi exatamente o que aconteceu no mês de maio: o COPOM-Comitê de Política Monetária, que estabelece as diretrizes para a política da taxa básica de juros da Economia, decidiu pela manutenção da Selic-Meta, em 6,50% a.a., surpreendendo e contrariando a maioria do mercado, que esperava um corte de 25 pontos-base nesta taxa. De acordo com o Comunicado emitido pelo COPOM, a decisão deveu-se à alteração do cenário externo, que se tornou mais desafiador, com a expectativa de aumento da taxa de juros no mercado norte-americano. Assim, desde que decisão foi tornada pública, o mercado brasileiro de juros, a Bolsa de Valores e o câmbio vêm sofrendo grande volatilidade. Com os investimentos da Bungeprev não foi diferente. Some-se a esse fato, o conturbado cenário interno com a greve dos caminhoneiros e a expectativa quanto aos desdobramentos deste episódio para a economia e para o ambiente político do país. As carteiras de Renda Fixa – que concentram a maior parte dos nossos investimentos, renderam -0,83% (gestão Banco BNP) e -0,35% (gestão Western). Os Fundos Multimercados também registraram um mau desempenho, com aproximadamente -2,97% de retorno; enquanto que o Fundo de Renda Variável (Bolsa) apresentou o pior desempenho dentre nossas aplicações, com -7,92%. Como resultado, o resultado global das nossas aplicações em maio deve ser de -1,06%. Confirmando este resultado, o retorno acumulado em 5 meses iria para +2,19%. Estamos monitorando com especial cuidado as condições de mercado para tentarmos diminuir os impactos da volatilidade de momento ou até mesmo reverter o mau resultado deste mês.
Parece consumar-se o temido cenário de aperto na política monetária americana
A economia está aquecida e quem quer empregos tem facilidade de encontrá-los. Com essas palavras diretas, Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central dos EUA, resumiu a situação de seu país —e, no idioma próprio do cargo, indicou que os juros continuarão a subir.
Parece consumar-se, assim, o temido cenário de aperto na política monetária americana, que pode expor o cenário global a novos sobressaltos. A alta do custo do dinheiro normalmente dificulta o financiamento de empresas e países endividados em dólar.
Na nação mais poderosa do planeta, o quadro é de fato exuberante. O crescimento pode chegar a 3% neste ano (muito, para o mundo desenvolvido), com o impulso adicional de cortes de impostos e aumento do gasto público.
O desemprego, de 3,8%, é o menor em quase 50 anos. Por ora, contudo, os salários ainda não dão mostras de grande aceleração, e a inflação permanece baixa, embora próxima da meta de 2% ao ano.
Por isso, o Fed continua a descrever os movimentos dos juros como graduais. Mesmo assim, sinalizou ao mercado que promoverá mais duas altas neste ano. A taxa alcançaria 3,4% até 2021, baixa para padrões históricos, mas o bastante para perturbar os negócios.
Os países emergentes têm sofrido pressão crescente. Argentina e Turquia são o alvo principal, pois dependem de financiamento em dólar. O Brasil, apesar de contar com reservas de US$ 380 bilhões, também enfrenta dificuldades.
Aqui, a incerteza eleitoral num contexto de grande fragilidade das contas públicas já faz a demanda por proteção cambial subir.
O Banco Central tem respondido a essa pressão, mas não consegue estabilizar as cotações. Os juros de mercado dispararam, elevando o risco de uma recaída na recessão.
Nada indica que a tormenta financeira sairá de cena tão cedo. O dinamismo da economia americana tende a persistir, e o afrouxamento orçamentário conduzido por Donald Trump pode pressionar os juros ainda mais. Na Europa, onde o momento também é favorável, o ciclo de política monetária expansionista já ficou para trás.
Em tese, a conjuntura de bonança global favorecerá também o Brasil e os emergentes. Agora, entretanto, sofremos com seus efeitos colaterais mais imediatos.
Autor: Bungeprev
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