segunda-feira, 16 de julho de 2018 11:45
Pesquisas apontam menor depressão e risco de demência, além de recuperação física mais rápida
Aos 85 anos, Claude Copin, uma soldadora francesa aposentada, parece ter descoberto o segredo para viver uma vida longa e saudável. Ela se mantém ativa jogando petanca com amigos em Paris.
E ela os atormenta para apresentá-la a seus filhos, muitos deles adolescentes. Esses adolescentes a levam a festas e filmes, às vezes esquecendo da idade que ela tem.
“Faço minha vida ser bonita. Ainda sou saudável porque tenho minhas atividades e conheço gente”, diz Claude.
Ela está certa. Um número crescente de pesquisas e dados globais coletados e analisados pela Orb Media mostram forte conexão entre a forma como vemos a velhice e a nossa qualidade de vida.
Pessoas com visões positivas da velhice tendem a viver mais e com melhor saúde mental e física do que aquelas com visões negativas.
Os mais velhos em países com baixos níveis de respeito pelos idosos também tendem a apresentar níveis mais altos de pobreza.
Como a taxa de envelhecimento da população está subindo rapidamente em muitos países, uma mudança de atitude poderia trazer benefícios.
Se as tendências populacionais continuarem, em 2050 uma em cada cinco pessoas no mundo terá mais de 65 anos, e quase meio bilhão terá mais de 80 anos.
Surpreendentemente, em um mundo repleto de pessoas mais velhas, as visões negativas da velhice são comuns.
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde descobriu que 60% das pessoas em 57 países tinham opiniões negativas sobre a velhice.
A Orb Media compilou dados de 150 mil pessoas em 101 países para aprender sobre seus níveis de respeito pelos idosos. O Paquistão ficou entre os países que obtiveram as maiores pontuações.
O respeito pelos idosos é uma tradição de longa data no Paquistão, diz Faiza Mushtaq, professora de sociologia no Instituto de Administração de Empresas em Karachi.
Com a expectativa de vida mais longa do mundo e baixas taxas de natalidade, o Japão está à frente dessa mudança demográfica global.
A Orb encontrou baixos níveis de respeito pelos idosos no país. Kozo Ishitobi, um médico de 82 anos que trabalha em um lar de idosos, diz que os idosos eram tradicionalmente vistos como um fardo.
“Os japoneses estão começando a perceber que idosos precisam de apoio. Todos nós passamos por isso, então devemos apoiar uns aos outros.”
A atitude de uma pessoa em relação ao envelhecimento tem implicações amplas. Becca Levy, professora de epidemiologia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade Yale (EUA), é fascinada pelo poder dos estereótipos sobre idade há décadas.
Ela começou seu trabalho nos anos 90 com um palpite: se os idosos são respeitados na sociedade, talvez isso melhore sua autoimagem. “Isso pode, por sua vez, influenciar sua fisiologia e influenciar sua saúde”, diz Becca.
Nas últimas duas décadas e meia, a professora e pesquisadores que estudaram o assunto descobriram exatamente isso: pessoas com visões positivas sobre a velhice vivem mais e envelhecem melhor.
São menos propensas a ficar deprimidas ou ansiosas; demonstram maior bem-estar e se recuperam mais rapidamente de doenças. São menos propensas a desenvolver demência e características da doença de Alzheimer.
A Orb Media é uma organização jornalística sem fins lucrativos sediada em Washington, nos EUA. A reportagem original completa pode ser lida no site da organização,
MAIS VELHOS SÃO OS MAIS PREPARADOS, DIZEM BRASILEIROSAutor: .
Fonte: Folhapress