sexta-feira, 12 de julho de 2019  11:58

Endividamento das famílias atinge o maior patamar em 6 anos




Condições melhores no acesso ao crédito, como juros menores e inflação em baixa, levaram ao maior acesso à tomada de empréstimos, segundo CNC

Um movimento de recuperação no mercado de crédito levou o percentual de famílias endividadas à sexta alta mensal consecutiva, e ao maior patamar em seis anos.

É o que mostrou hoje a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

No levantamento, 64% das famílias pesquisadas declararam-se endividadas em junho, superior à de maio (63,4%), acima de junho do ano passado (58,6%) e a maior desde julho de 2013 (65,2%).

Condições melhores no acesso ao crédito, como juros menores e inflação em baixa, levaram ao maior acesso à tomada de empréstimos, afirmou Mariana Hanson, pesquisadora da CNC.

O cenário fez com que a parcela de orçamento mensal familiar, comprometida com dívidas, aumentasse de 29,3% para 29,5% entre maio e junho, maior taxa desde setembro do ano passado (29,6%).

Mas, para a especialista da CNC, o crescimento no volume de famílias com empréstimos não deve durar. Isso porque as famílias já operam no limite do endividamento em junho.

Para ela, é preciso alguma reação na atividade econômica, com impacto no mercado de trabalho e na renda do trabalhador, para que o orçamento familiar possa comportar novos empréstimos, notou ela.

Mesmo a pesquisa mostrando alto grau de endividamento das famílias, a pesquisadora notou alguns aspectos positivos no levantamento.

Segundo a técnica, a pesquisa mostrou melhora no perfil de endividamento das famílias.

Marianne detalhou que o aumento no endividamento foi mais deslocado para empréstimos de longo prazo, do que para dívidas de curto prazo, afirmou ela.

Um dos exemplos citados por ela foi financiamento de casa. Esse tópico foi lembrado por 8,8% dos que admitiram dívidas em junho.

Embora seja bem menor do que a fatia em junho para cartão de crédito (citado por 78,8% dos endividados, e novamente ocupando primeira posição entre dívidas mais lembradas) foi maior do que de maio (8,5%); e o maior desde outubro do ano passado (9,6%).

Autor: Alessandra Saraiva

Fonte: Valor Econômico